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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Indicadores de risco de suicídio





Indicadores de Risco de suicídio




Os maiores índices de suicídio não estão no Brasil, Japão e Estados Unidos possuem os maiores indicies de suicídios entre os jovens principalmente. A cultura é um fator determinante nestes casos. No entanto, como se trata de um país populoso, está entre os dez países com maiores números absolutos de suicídio (7.987 em 2004)[1].



Abaixo listado os indicadores de risco ao suicídio.

  • Tentativa anterior ou fantasias de suicídio.
  • Disponibilidade de meios para o suicídio.
  • Ideias de suicídio abertamente faladas.
  • Preparação de um testamento.
  • Luto pela perda de alguém próximo.
  • História de suicídio na família.
  • Pessimismo ou falta de esperança.

Segundo o Manual do Suicídio[2] existem três características próprias do estado em que se encontra a maioria das pessoas sob risco de suicídio:



Ambivalência: desejo de morrer e viver.

Impulsividade: pode ser transitório e durar alguns minutos ou horas, geralmente desencadeado por eventos negativos do dia a dia.

Rigidez/constrição: a consciência do sujeito funciona de forma dicotômica: tudo ou nada. Os pensamentos, sentimentos e ações estão constrito, ou seja, constantemente pensa sobre o suicídio como a única forma de solução. Pensam de forma rígida e drástica “a única solução é a morte”.




O manual de prevenção ao suicídio ainda alerta os profissionais da saúde a se atentarem as frases pessimistas, por trás destas pode haver sentimentos e desejos de um suicida. O manual descreve quatro sentimentos principais de quem pensa em se matar são eles: Depressão, Desesperança, Desamparo e Desespero. Refere-se a estes sentimentos como a “a regra dos 4D”. Portanto, as frases de alerta (frases pessimistas referindo-se a morte) + 4D = investigação do profissional. Necessário investigar cuidadosamente pode ser um potencial suicida.


Frases de alerta[3]



“Eu preferia estar morto”.

“Eu não posso fazer nada”.

“Eu não aguento mais”.

“Eu sou um perdedor e um peso pros outros”.

“Os outros vão ser mais felizes sem mim”.



segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Mitos sobre o suicídio




O que é o suicídio?

“...um ato próprio da natureza humana e, em cada época, precisa ser repensado” (Goethe)



 Em aspecto geral o suicídio é um ato voluntário por qual um indivíduo possui a intenção de provocar a própria morte.




“suicídio é uma denúncia individual de uma crise coletiva”
 (Durkheim)

Na psicologia vamos encontrar a definição de suicídio como uma atitude individual que visa exterminar a própria vida. Essa atitude está relacionada a um sofrimento intenso vivido pelo indivíduo, e que pode advir de conflitos intrapsíquicos que o perturbam demasiadamente e que lhe deixam somente a morte como recurso. Este sofrimento pode ser tanto verdadeiro quanto ter sua origem em algum transtorno psiquiátrico como a psicose aguda (indivíduo sai da realidade, porém não tem esta percepção), a depressão delirante ou outro transtorno afetivo.
 


 O suicídio está entre as três maiores causas de morte entre pessoas com
idade entre 15-35 anos. Primeiro causa acidentes e segunda homicídios.[1]
Em torno de 70% dos suicídios ocorrem em decorrência de uma fase depressiva[2].
Para cada suicídio há, em média, 5 ou 6 pessoas próximas ao falecido que sofrem consequências emocionais, sociais e econômicas.[3]

Mitos:


“Quem se mata não avisa”

Aproximadamente 90% das pessoas que tentam suicídio avisam antes[4].


 
“Ele está ameaçando suicídio apenas para manipular.”


A pessoa que fala abertamente sobre o desejo de morrer está no mínimo pedindo ajuda indica que há algo errado e, portanto, deve ser investigado, especialmente em adolescentes onde as emoções são vividas com maior intensidade, é necessário um olhar diferencial, para sinais que são costumeiramente ignorados pelos familiares agravando a depressão e aumentando a possibilidade de cometer tal ato, principalmente nos casos em o suicida tentou depositar a culpa de sua morte nos outros indivíduos que compõem seu ambiente social, principalmente nos familiares. 


“Se eu perguntar sobre suicídio, poderei induzir o paciente a isso.”



Especialistas afirmam caso ocorra desconfiança deve abordá-lo da forma mais direta possível perguntando se já pensou no assunto e se já chegou a planejar o ato, é uma maneira possível de perceber a gravidade da situação. Tendo em vista que o desejo de morrer é a via em que o sujeito encontra de sair de um sofrimento, situação, dor e/ou conflitos ao ser questionado há a possibilidade de um novo caminho para sair da situação em que se encontra.


 “Quem quer se matar, se mata mesmo.”
 

Não é de se negar que existem aqueles que realmente se matam, nem sempre é possível prevenir todos os suicídios, mas sim evitar os que podem ser evitados. Essa afirmativa pode conduzir ao imobilismo terapêutico e/ou descuido no manejo das pessoas sobre o risco.  Falar esta afirmação como na frente de uma pessoa que ameaça se matar pode ser considerada como incentivo, indução e/ou instigação ao suicídio e, portanto é considerado crime.

“O suicídio é um ato de covardia (ou de coragem)” 

O que dirige a ação auto- inflingida é uma dor psíquica insuportável

e não uma atitude de covardia ou coragem[5].
Suicídio não é um ato de covardia, nem mesmo de coragem o sujeito que chega a este ponto está com um sofrimento tamanho e em um estado muito extremo que não encontra outra saída, a única maneira que enxerga para solucionar o problema é se matar.




 Vamos falar sobre o assunto. Muitos dos quais se suicidam não querem realmente terminar com a vida querem terminar com a dor.



“Eu acredito que a cadência e a harmonia certas no momento certo podem despertar qualquer sentimento, inclusive o da felicidade nos momentos mais sombrios”.

(Vinícius Gageiro Marques - suicidou-se aos 16 anos)





[1] Fonte: Prevenção do Suicídio: Manual Para Profissionais da Saúde em Atenção Primária. Disponível em: http://www.who.int/mental_health/prevention/suicide/en/suicideprev_phc_port.pdf

[2] Fonte: OMS

[3]  Fonte: Manual de Prevenção do Suicídio dirigido a profissionais das equipes de saúde mental, uma das estratégias nacional de prevenção ao suicídio do Ministério da Saúde. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_prevencao_suicidio_saude_mental.pdf


[4] Idem ao 2.
[5] Fonte: Manual de Prevenção do Suicídio dirigido a profissionais das equipes de saúde mental, uma das estratégias nacional de prevenção ao suicídio do Ministério da Saúde.



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